Em menos de um ano já mudei umas quatro vezes meu cabelo e já prometi incontáveis vezes de parar de tanta teoria e crítica e mais ação, e no fim das contas o que mais eu mudei foi o cabelo mesmo. Não posso negar que algumas coisas mudaram, muitas visões foram quebradas, muita escama saiu dos olhos, muito conceito se conceituou diferente. Mas eu não parei de falar, falar, criticar, julgar, falar, não fazer, não agir, falar, dar murro em ponta de faca, falar, teorizar. E só, ponto final e fim de papo, quem dera que fosse o fim do papo e viesse enfim o agir.
Já recebi demais, estou entulhada de tanta informação, que no fim das contas é mais inutilidade porque eu não as coloco em prática. Chega desse meu discurso revoltado sem revolução. Sem entrega. Não me aguento mais, estou insuportável. Minhas frases amontados de meras ordens não cumpridas por mim mesma.
Quero ir, quero dizer, quero fazer, quero amar, quero mudar, quero revolucionar. Digo que me sinto presa a quatro paredes, mas não me liberto delas, porque o calor delas pode me irritar, porém, é mais comodo o calor que elas me dão nos dias frios, é mais comodo eu permanecer e não me movimentar. É bem mais agradável permanecer só falando, só criando teoria.
Nos momentos antes de dormir eu crio mais de mil e umas saídas do meu comodismo, até acredito que no raiar do novo dia eu acorde mais cedo, acorde sendo uma pessoa melhor. Eu até digo que vou me colocar mais de joelhos no chão. Mas, no fundo, eu sei que isso não passará de mais um teoria que sem prática nunca vai dar certo. Enquanto as minhas vontades me controlarem eu nunca sairei da minha zona de sossego, do aconchego de apenas quem me aceita, de quem não precisa necessariamente ter sua vida mudada por minhas ações.
Aí eu paro e penso, digo com o peito cheio que sou cristã, que Cristo mudou o meu viver. Como é egoísta e tão sem Cristo a maioria dos meus discursos. Cristo de maneira nenhuma quer seguidores cheios de si e vazios dele. Ele quer ensinar a forma que ele amou, a forma que ele agiu, o cumprimento do seu Reino em todas as áreas, em todos os níveis, em toda língua, povo e nação. E o cumprimento de seu reino de justiça, igualdade e poder cabe a mim. Cabe a quem se dispõe.
Acho que cheguei no fim do meu poço de insatisfações, e ao chegar nesse lugar horrendo vi que se eu não tomar uma direção vou ficar suja dessa imundice, vou me contaminar, e o pior de tudo, vou me conformar com esse mundo, com as suas atrocidades e verdades cada vez mais distorcidas.
Se a realidade para mim se tornou um problema de dimensões além das que os olhos conseguem ver, a sua mudança deve começar em mim, depois afetar outras vidas, mudar sentidos e mostrar a graça, somente a graça! O morrer no corpo e o viver no espírito.O morrer das minhas vontades passageiras e o persistir do eterno, daquilo que não conforma, mas que muda. Ponto final? De maneira nenhuma...
Nenhum comentário:
Postar um comentário