01/09/2013

Sem desgosto

Agosto chegou ao fim sem desgosto na boca. E na boca agosto partiu trazendo um sorriso. E o sorriso sobreviveu as tempestades do mês que não é, mas parece ser o mais longo. Agora chega setembro, o mês das flores, do dia marcado na minha certidão de nascimento, daquele sentimento esquisito que as coisas vão melhorar, daquele sentimento esquisito que te derruba e desnuda de todas as desculpas.
Agosto não sabe o que trouxe de tão lento que passou. Eu não sei como será o próximo agosto, nem tampouco, ouso querer pensar nos seus gostos. Não ouso pensar na porção de vida que passou de janeiro a agosto, eu só lembro que sobrevivemos. Não há nada de mágico, nem secreto, nem transcendental, foi apenas mais uma folha arrancada do calendário. Mas quem sabe, sem arriscar com cabeça- muito menos com o coração, a vida possa ser diferente depois desse agosto. Eu posso estar menos pior, continuando sendo pior. Eu posso estar mais esperançosa, mesmo estando no centro das minhas próprias guerras interiores e desejos ferozes. Uma coisa que agosto não sabe é que ele preencheu alguns dos vazios de uma forma que dezembro e janeiro pareceram, mas não preencheram. Preencheu com futuro trazendo presente.
E no fim, seja bem-vindo setembro. Abram as portas, escancarem as janelas, os corações e as bocas, aqui estou, decidida a morrer de amor e continuar vivendo.

 

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